A ambliopia consiste na redução da acuidade visual na ausência de lesão orgânica ocular ou anomalia estrutural em um ou ambos os olhos. Estima-se que entre 1 e 5% da população adulta apresente essa disfunção. É causada por qualquer condição que interfira com o foco ocular durante a primeira infância, ou seja, uma deprivação visual, com conseqüente baixa visão em um ou ambos os olhos. Ocorre até os 7 anos de idade, que é a idade em que geralmente termina o desenvolvimento da visão. Pode ser causada por: estrabismo, cataratas congênitas, glaucoma congênito, anisometropia (diferença de grau entre os olhos). O tratamento deve ser dirigido à causa da mesma (catarata, estrabismo, anisometropia) associado à estimulação visual do olho com baixa visão. A estimulação normalmente é realizada com a oclusão do olho de melhor visão para estimular o desenvolvimento da visão no olho portador da ambliopia. Sem tratamento, a ambliopia normalmente persiste até a idade adulta, quando os tratamentos já não se mostram eficazes. Embora o tratamento melhore o foco de visão, o olho afetado, muitas vezes, não consegue ser completamente corrigido.
Blefarite é uma inflamação não contagiosa das pálpebras. É normalmente caracterizada pela produção excessiva de uma camada lípidica (óleo), gerada por uma glândula encontrada na pálpebra, criando uma condição favorável para o crescimento bacteriano. Os sintomas são prurido (coceira), irritação ocular, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, as pálpebras superior e inferior ficam cobertas por detritos oleosos (“caspas”) e bactérias em torno da base dos cílios, podendo levar à sua perda. O diagnóstico é feito por meio de um exame de rotina com o médico de família ou oftalmologista. É uma doença comum que pode atingir pessoas de todas as idades, com predominância nas mais idosas. A blefarite é tratada com higiene palpebral, utilizando-se xampu infantil. Pode-se associar compressas mornas a fim de e fluidificar a secreção sebácea, facilitando a higiene palpebral. Em casos severos pode ser necessário o uso de pomadas de antibióticos e corticoides associado a antibióticos sistêmicos.
O buraco macular consiste na interrupção das camadas da retina na área central da visão. Não existe uma definição exata do que causa o buraco de macula, a doença pode estar ligada a diversos fatores e pode surgir sem um fator principal, algumas causas relacionada pode ser traumas oculares, processos inflamatórios e o próprio envelhecimento do olho, isso porque o vítreo que é o liquido que preenche o olho tem a finalidade de exercer forças tracionais dentro do olho e assim proteger a retina, mantendo o tecido junto ao globo ocular. Os principais fatores de risco para buraco de mácula são: idade acima de 60 anos, sexo feminino, histórico de buraco de mácula no outro olho e alta miopia. A doença é diagnosticada pelo exame clínico da retina. A tomografia de coerência óptica (OCT) é importante na definição do prognóstico visual.
O tratamento é cirúrgico, com a cirurgia chamada vitrectomia, procedimento em que se remove o gel vítre e o mesmo é substituído por gás.
O calázio consiste na inflamação das glândulas de Meibômio, que são glândulas sebáceas que se encontram situadas perto das raízes dos cílios e que produzem uma secreção gordurosa. Esta inflamação resulta na obstrução da abertura destas glândulas, levando ao aparecimento de cistos que podem aumentar ao longo do tempo, podendo comprometer a visão. O tratamento para o calázio normalmente é feito com o uso de compressas quentes, mesmo caso o cisto não desapareça ou aumente de tamanho, é importante consultar um oftalmologista para que possa ser avaliada a possibilidade de remoção por meio de um pequeno procedimento cirúrgico.
O olho humano possui uma lente natural que normalmente é transparente e se localiza atrás da pupila (“menina do olho”). Quando esta lente se torna opaca, a visão é diminuída e as imagens ficam embaçadas. A esta opacificação da lente natural do olho dá-se o nome de catarata. A catarata pode se desenvolver em qualquer idade – desde o nascimento até a velhice – mas é mais frequente após os 60 anos de idade. A catarata que ocorre em pessoas idosas é causada pelo processo normal de envelhecimento, mas quando ocorre em idades mais precoces geralmente é causada por alguma doença, tal como uveíte (inflamação ocular), diabetes, radiação, traumatismos, uso de corticosteroides, etc. O sintoma mais comum causado pela catarata é a diminuição da visão para longe e/ou para perto; mas, também podemos observar outros sintomas como diminuição do contraste, alteração de cores e alterações no grau dos óculos. Em casos avançados existe perda completa da visão e a pupila se torna branca (catarata total). Uma vez diagnosticada a catarata, seu tratamento é essencialmente cirúrgico e, atualmente, não é necessário aguardar que a catarata se torne “madura”, como no passado). Atualmente, a técnica mais moderna de cirurgia de catarata é a facoemulsificação. Neste procedimento cirúrgico, realiza-se uma microincisão (em torno de 2,2 mm) na parte transparente do olho (córnea) e a parte central do cristalino (núcleo) é fragmentada com ondas de ultra-som e então aspirada. Após aspiração da catarata é realizado o implante da lente intra-ocular dentro do saco capsular. As principais vantagens desta cirurgia são a reabilitação visual precoce e a diminuição da ocorrência de astigmatismo. Além disso, dispomos hoje do laser de femtosegundo, que é um laser de última geração que realiza as incisões da cirurgia de catarata (cirurgia sem bisturi), aumentando a precisão e segurança do procedimento.
A cirurgia é realizada com anestesia local habitualmente tópica (com sedação).
Ceratocone é uma doença não inflamatória, que afeta a estrutura da córnea (córnea é uma camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular, parecida com um vidro de relógio). No ceratocone há uma protrusão e afinamento progressivo da córnea, que leva a diminuição da visão, por astigmatismo irregular e aberrações visuais. A suspeita do ceratocone ocorre naqueles pacientes que apresentam aumento progressivo do grau dos óculos, principalmente do astigmatismo, além do aumento da curvatura corneana. A história típica do paciente portador de ceratocone é de trocas frequentes de grau de óculos, que passam a ser insuficientes para melhora da visão, até que haja necessidade de lentes de contato para se ter uma boa visão. Ceratocone é uma doença genética, de caráter hereditário e evolução lenta, que se manifesta mais entre 10 e 25 anos, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo. A enfermidade pode atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, o distúrbio pode afetar mais um olho do que o outro.
Ainda não se conhece a causa exata da doença. O risco de desenvolver ceratocone é maior nos pacientes alérgicos, que sentem muita coceira nos olhos. Postula-se haver uma relação entre o ato de coçar os olhos e a evolução do ceratocone. Ele também está presente nos portadores da síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas, como a catarata e a esclerótica azul (branco do olho), por exemplo. A evolução do ceratocone é extremamente variável entre os olhos do mesmo paciente e entre pacientes diferentes. Esta evolução pode ser lenta ou rápida, simétrica ou assimétrica (mais comum). O diagnóstico do ceratocone é clínico, entretanto a confirmação diagnóstica é realizada pela topografia e paquimetria corneana. A topografia corneana fornece um mapa preciso das curvaturas corneanas, em escala de cores, que permite o diagnóstico e classificação do tipo de ceratocone. Na paquimetria, habitualmente encontra-se valores abaixo dos normais, ou seja, a córnea é delgada. É sempre importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças dos olhos que podem atingir a córnea. Quanto antes isso for feito, melhor será a resposta ao tratamento. Há casos de pessoas com história da doença na família que apresentam um quadro de ceratocone subclínico, sem sintomas. Quando eles aparecem, porém, variam de acordo com a fase da doença. Fotofobia, comprometimento da visão noturna, visão dupla (diplopia), formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz são outros sintomas da doença. Nas fases iniciais, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. No entanto, à medida que o ceratocone evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato rígidas ou até mesmo gelatinosas, que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea e a corrigir o astigmatismo irregular provocado pela deformidade. Um avanço importante no tratamento do ceratocone é o crosslinking, uma intervenção que tem por objetivo fortalecer as moléculas de colágeno da córnea para evitar que ela continue abaulando. Basicamente, a técnica consiste em raspar a superfície da córnea, para depois aplicar um colírio à base de vitamina B2 (riboflavina) e, em seguida, um feixe de luz ultravioleta. O procedimento é rápido, realizado sob anestesia local, não exige internação hospitalar e dá bons resultados na imensa maioria dos casos.
Caso haja evidencia de progressão da doença e/ou intolerância ao uso de lentes de contato pode-se realizar o implante do Anel de Ferrara. O anel de Ferrara consiste em segmentos “plástico-acrílicos”, introduzidos dentro da córnea a fim de se corrigir a deformidade, melhorar a visão e a adaptação de lentes de contato. A cirurgia tem com finalidade melhorar a irregularidade corneana. Embora o ceratocone seja uma causa frequente no transplante de córnea, ele só é indicado em um número pequeno de casos mais graves, quando os pacientes deixaram de responder bem às outras formas de tratamento. Ele consiste na substituição da córnea comprometida pelo ceratocone por outra saudável de um doador e disponibilizada num banco de olhos. São raros os casos de rejeição, mas o transplante pode ser repetido se houver algum problema.
Conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva e da superfície interior da pálpebra. A conjuntiva é a camada exterior da parte branca do olho. O sintoma mais evidente é a vermelhidão do olho, sendo também comum a ocorrência de sensação de areia ou cisco, aumento do lacrimejamento (eventualmente com secreção purulenta), ardor e prurido. O olho afetado pode também lacrimejar ou custar a abrir durante a manhã e a parte branca do olho pode-se apresentar inchada. Na conjuntivite bacteriana são comuns secreções espessas e purulentas. O prurido é mais comum nos casos causados por alergias. A conjuntivite pode afetar apenas um ou ambos os olhos. A causa infecciosa mais comum é a infeção viral, seguida de infeção bacteriana. A infeção viral pode manifestar sintomas semelhantes ao da constipação. Os casos virais e bacterianos são facilmente transmissíveis entre pessoas. Outra causa comum são as alergias ao pólen ou aos pelos de animais. O diagnóstico geralmente baseia-se nos sinais e sintomas. Para prevenir o contágio, tome as seguintes precauções:
- Lavar as mãos frequentemente;
- Evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes e praias;
- Lavar com frequência o rosto e as mãos, uma vez que estas são veículos
- importantes para a transmissão de microrganismos patogénicos;
- Não coçar os olhos;
- Aumentar a frequência com que troca as toalhas do banheiro e sabonete ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos;
- Trocar as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise;
- Não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza;
- Evitar contato direto com outras pessoas;
- Não ficar em ambientes onde há bebês;
- Não usar lentes de contato durante esse período;
- Evitar banhos de sol.
Para o tratamento da conjuntivite, deve-se tomar as seguintes medidas:
- Limpeza do olho, pálpebras e das secreções produzidas (usar soro fisiológico
- esterilizado e compressas esterilizadas);
- Antibiótico ou anti-alérgico colírio, de acordo com o tipo de conjuntivite.
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a principal causa de perda da visão depois dos 50 anos; ela consiste em doença degenerativa da retina, em que há perda das células da retina, na região central da visão (mácula). A mácula é uma pequena área localizada na porção central da retina que contém a maior densidade de fotorreceptores e é responsável pela percepção de detalhes.
Não se sabe exatamente a causa da doença, mas alguns fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolvê-la. Entre eles destacam-se: predisposição genética, exposição à luz solar, em especial, aos raios ultravioleta, hipertensão, obe
A prevalência varia de acordo com a predisposição genética e aumenta com a idade.
Pode ocorrer em duas formas distintas: forma seca ou forma úmida (exsudativa).
A forma seca da doença ocorre em 90% dos casos da doença, e leva à diminuição da visão em níveis variáveis. Não há tratamento específico para este tipo de forma da DMRI, entretanto, vitaminas e antioxidantes podem ser utilizados com objetivo de retardar a evolução da doença e evitar a evolução para forma úmida, que é a forma mais grave da doença.
A forma úmida da DMRI consiste na formação de neovasos (novos vasos sanguineos), abaixo da retina. Tal formação é chamada de membrana neovascular sub-retinana (MNVSR). Tal membrana pode levar uma elevação da retina (mácula) por extravasamento de fluido, além de hemorragia sub-retiniana. Ocorre significativa diminuição da visão nesta forma da doença, muitas vezes de forma súbita. O tratamento da DMRI úmida é feito por meio de drogas injetadas na cavidade vítrea (no interior do globo ocular), que se ligam aos neovasos levando a sua involução e desaparecimento. Entretanto, muitas vezes este efeito é transitório, havendo necessidade de re-tratamentos frequentes.
O descolamento de retina é uma doença caracterizada pela separação das camadas foto-sensível e de suporte e nutrição da retina. Pode ocorrer espontaneamente ou induzida por por trauma. É causada por pequena ou grande ruptura na retina por onde o fluido intra-ocular entra e força a separação das camadas da retina.
Os indivíduos acometidos apresentam como sintomas um aumento no número dos grumos denominados "moscas volantes", flashes de luz e sombras em parte do campo de visão (devido a deterioração da visão periférica). Essa condição pode ocorrer bilateralmente em cerca de 7% dos casos. Sem tratamento, normalmente o quadro evolui para a perda permanente da visão. O diagnóstico é feito por exames de fundo de olho ou de ultrassonografia.
Em pacientes com ruptura da retina, utiliza-se a crioterapia ou a fotocoagulação a laser para evitar seu descolamento. Quando o descolamento já ocorreu, o tratamento deve ser feito imediatamente. A terapia de escolha pode incluir introflexão escleral, onde uma esponja de silicone é suturada na esclera, retinopexia pneumática, onde é injetado gás para dentro do olho, ou vitrectomia, onde o vítreo é parcialmente removido e substituído por gás ou óleo.
As alterações no vítreo são mais comumente causadas pela idade, porém, também podem ser conseqüência de inflamação ocular (uveítes), miopia, trauma e cirurgias intraoculares.
O "gel" vítreo torna-se menos "gel" e cada vez mais "fluido". Com o passar do tempo o vítreo "solta-se" e separa-se da retina, nervo óptico e vasos levando ao Descolamento de Vítreo Posterior ou DVP.
Os sintomas se manifestam com o surgimento de manchas, pequenos círculos, teias de aranha, finos cordões ou filamentos na frente do campo de visão. Tais sintomas são referidos como "moscas volantes" ou "floaters". As moscas volantes são opacidades que se localizam no vítreo, que é o gel transparente que preenche o segmento posterior do globo ocular e está em contato com a retina. A sensação do paciente é que as manchas estão do lado de fora do olho, no entanto, o que se percebe é a sombra que essas opacidades projetam na retina.
Com o passar do tempo, também por influência de outros fatores como trauma e miopia, o vítreo pode se descolar total ou parcialmente da retina. Este processo é natural na grande maioria dos pacientes, porém, em uma pequena porcentagem dos casos, o vítreo pode se descolar e tracionar a retina provocando rasgaduras e até sangramento no interior do olho. Neste momento, o paciente pode perceber um aumento das opacidades flutuantes ou “mosquinhas” e também fotopsias que são flashes luminosos na periferia do campo visual.
O paciente deve estar atento a estes sintomas e procurar um oftalmologista, que realizará o exame de fundo do olho com mapeamento da retina e, muitas vezes, com ultrassonografia, com o intuito de identificar lesões que podem levar ao descolamento da retina ou diagnosticar doenças inflamatórias, como as uveítes. Em caso de rasgadura ou ruptura da retina, é indicado como tratamento a fotocoagulação a laser, para diminuir a chance de descolamento e evitar a necessidade de cirurgia.
Embora não haja tratamento específico para as “moscas volantes”, e, na maioria das vezes não representem doença grave, o paciente deve ser examinado e orientado sobre os sinais de possíveis complicações.
Glaucoma é uma designação genérica a um grupo de doenças oculares distintas que provocam danos ao nervo óptico e perda da visão O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, e os menos comuns são o glaucoma de ângulo fechado e glaucoma de pressão (ou tensão) normal. O primeiro tipo é o mais comum, desenvolve-se lentamente e é assintomático durante a maior parte de sua evolução. Com o tempo, entretanto, a visão periférica do indivíduo acometido começa a ficar comprometida e ocorre um estreitamento progressivo do campo visual, evoluindo a visão tubular ou central e, se não houver tratamento, cegueira. Já o glaucoma de ângulo fechado é menos comum e pode cursar de forma crônica ou aguda. A apresentação aguda pode envolver dor ocular intensa, cefaleia, visão turva, halos coloridos, náusea e vômitos. A perda da visão pelo glaucoma, uma vez que tenha ocorrido, é permanente. A pressão intraocular no glaucoma, geralmente encontra-se elevada e pode levar a lesão do nervo óptico.
SINAIS E SINTOMAS NO GLAUCOMA
Glaucoma Crônico (glaucoma primário de ângulo aberto). Neste tipo de glaucoma freqüentemente não há nenhum sinal ou sintoma de que alguma doença ocular possa estar em evolução. Aproximadamente metade da população com glaucoma crônico não sabe que tem a doença. O glaucoma gradualmente reduz a visão periférica, mas quando se percebe esta diminuição da visão o dano permanente já ocorreu. Se a pressão intraocular mantiver alta a destruição de células nervosas pelo glaucoma pode ocasionar um estágio de visão “tubular” ou até mesmo cegueira.
Um ataque agudo de glaucoma de ângulo fechado, ou glaucoma agudo, produz sintomas de início súbito tais como dor ocular, dor de cabeça, halos ao redor de luzes, pupila dilatada, baixa de visão, náuseas e vômitos. O glaucoma agudo é uma emergência médica. Se a pressão não for reduzida rapidamente, pode haver dano irreversível à visão.
Assim como o glaucoma primário de ângulo aberto, o glaucoma de pressão normal é um tipo de glaucoma crônico que pode levar a perda de campo visual por dano ao nervo óptico, mas neste tipo de glaucoma a pressão intraocular permanece normal.
Fatores de Risco para o Glaucoma
No glaucoma crônico o humor aquoso tem dificuldade em ser drenado pelo olho o que acarreta na elevação da pressão intraocular. Os principais fatores de risco para este tipo de glaucoma são:
- Idade. Este tipo de glaucoma é mais comum em indivíduos com mais de 40 anos de idade.
- Doenças sistêmicas. Diabetes e uso crônico de corticóides podem favorecer o aparecimento do glaucoma.
- Raça. O glaucoma crônico é quatro vezes mais comum em indivíduos da raça negra.
- História familiar. O risco de glaucoma é 6 vezes maior em pacientes que tenham algum parente de primeiro grau portador da doença.
TRATAMENTO DO GLAUCOMA
A melhor forma de prevenir a perda visual pelo glaucoma é pelo diagnóstico e tratamento precoces.
O campo visual é um exame realizado em suspeitos de glaucoma a fim de se detectar a perda da visão periférica. Este exame pode ser repetido periodicamente a fim de se determinar a extensão da perda visual.
O tratamento do glaucoma baseia-se na diminuição da produção do humor aquoso ou aumento da drenagem deste (ou ambos). Este tratamento impede ou retarda a perda visual pelo glaucoma, mas não restaura a visão perdida pelo glaucoma.
A maioria dos casos de glaucoma pode ser controlado com um único colírio ou combinação de colírios, mas alguns pacientes podem necessitar de cirurgia. Antes de se proceder à cirurgia propriamente dita (trabeculectomia) pode-se realizar um tipo de laser (trabeculoplastia) que facilita a drenagem do humor aquoso com conseqüente diminuição da pressão intraocular.
A cirurgia de glaucoma (trabeculectomia) cria uma via de drenagem artificial do humor aquoso; é utilizada em casos de glaucoma em que a pressão intraocular não diminui mesmo com o uso de vários colírios hipotensores.
Algumas novas técnicas cirúrgicas tem sido utilizadas para controle do glaucoma, com intuito de reduzir as complicações pós-operatórias.
Um hordéolo, conhecido popularmente como terçol, é uma infecção bacteriana de uma glândula sebácea da pálpebra. A infeção causa um inchaço sensível na borda da pálpebra. Pode afetar tanto o exterior (hordéolo externo) como o interior da pálpebra (hordéolo interno). Na maior parte dos casos, um hordéolo desaparece espontaneamente ao fim de alguns dias ou semanas sem necessidade de tratamento específico. Entre as recomendações para acelerar o processo estão a aplicação de compressas quentes. Em alguns casos pode ser recomendada a aplicação de gotas ou pomadas de antibiótico. A condição pode aparecer em qualquer idade.
A neuropatia óptica consiste em alterações do nervo óptico, de origem inflamatória, tóxica, infecciosa, isquêmica ou desmielinizante.
Habitualmente leva a baixa visual, defeito no campo visual, diminuição da visão de cores e brilhos. Pode ou não deixar sequelas.
É fundamental a definição da etiologia da neuropatia óptica a fim de se tratar adequadamente, para melhora de visão (em alguns casos), prevenção de recidivas no mesmo olho e olho contralateral e prevenção de doenças sistêmicas associadas (esclerose múltipla, por exemplo, no caso das neuropatias ópticas desmielinizantes). Muitas vezes faz-se necessário a avaliação conjunta entre oftalmologista e neurologista.
As obstruções vasculares da retina podem ser venosas ou arteriais, totais ou parciais..
A obstrução venosa da retina acontece quando há a obstrução de uma veia retiniana por um trombo, bloqueando a circulação sanguínea venosa da área. A obstrução pode ocorrer na veia central (oclusão de veia central retiniana) ou em um de seus ramos (oclusão de ramo venoso retiniano).
A obstrução arterial são quase sempre embólicas, ou seja, ocorrem por pequeno fragmento de placa de gordura (ateroma) que se aloja em pequeno ramo arterial na retina.
O bloqueio do sangue venoso ou arterial causado pela obstrução pode causar hemorragia e edema local, pois o fluxo sanguíneo está bloqueado pelo coágulo e o sangue não pode ser drenado, de forma que “extravasa” no tecido retiniano.
Se não identificada, a condição pode evoluir e gerar também isquemia, com consequente formação de novos vasos (chamados de neovasos), glaucoma secundário (com aumento da pressão intraocular) e, em casos mais severos, descolamento da retina.
A doença pode ser dividida em forma isquêmica e não-isquêmica, de acordo com as consequências causadas pela falta de oxigenação no tecido. A forma isquêmica está relacionada com um prognóstico pior da visão em longo prazo, pois o paciente costuma evoluir com edema e neovascularização.
Os principais sintomas da obstrução venosa da retina são:
- embaçamento da visão;
- perda visual súbita ou gradativa da visão;
- percepção de mancha escura no campo visual.
Os sintomas de perda visual geralmente acontecem quando a região central da retina (mácula) é afetada ou há o desenvolvimento de neovasos, que podem causar hemorragia local e na cavidade vítrea.
O paciente não sente dor e nem fica com os olhos vermelhos: os sintomas são sempre relacionados à dificuldade de enxergar. Por isso, ao perceber qualquer problema na sua visão, procure imediatamente um oftalmologista, mesmo que não haja nada de estranho na aparência dos seus olhos.
O olho seco é uma doença crônica, caracterizada pela diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns de seus componentes, ou seja, pouca quantidade e/ou má qualidade da lágrima. Este distúrbio no filme lacrimal e na superfície ocular pode produzir áreas secas sobre a conjuntiva e córnea, o que facilita o aparecimento de lesões. Os sintomas são de ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade para ficar em lugares com ar condicionado ou em frente do computador e olhos embaçados ao final do dia.
A doença está relacionada à exposição a determinadas condições do meio ambiente (poluição, computador), trauma (queimaduras químicas), alguns medicamentos, idade avançada, uso de lentes de contato, menopausa nas mulheres e doenças do sistema imunológico (síndrome de Sjögren, Stevens-Johnson e outras). Quando não diagnosticada e corretamente tratada, pode evoluir para lesão da superfície ocular e, em alguns casos, até à perda da visão.
Causas
Entre as causas da síndrome do olho seco destacam-se:
- Função reduzida das glândulas lacrimais e perda do componente aquoso da lágrima como consequência do envelhecimento, de doenças sistêmicas e autoimunes (síndrome de Sjögren, artrite reumatoide, lúpus, etc.), do uso de certos medicamentos, entre outros os antidepressivos, os antialérgicos, os betabloqueadores;
- Idade e sexo: como regra geral, com a idade, a produção de lágrimas diminui. Aos 65 anos, por exemplo, uma pessoa produz 60% menos lágrimas que aos 18 anos. As mulheres frequentemente têm esse problema agravado quando estão na menopausa por causa das mudanças hormonais. Estima-se que a incidência do olho seco na população de mais de 65 anos gire ao redor de 15% a 40% da população.
- Lente de Contato: as lentes de contato diminuem a quantidade de oxigênio sobre a córnea, podendo causar irritação e sensação de olho seco.
- Evaporação excessiva provocada por fatores ambientais (ar condicionado, vento, clima quente e seco, fumaça,etc.);
- Blefarite
- Anormalidades nas pálpebras.
Sintomas
O quadro clínico varia dos casos mais brandos, com queixa básica de desconforto, ardor, sensação de areia, aos mais graves, por vezes com sérias complicações, como úlcera e perfuração corneana.
Os sintomas incluem sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e embaçamento e costumam piorar no final do dia, nas condições de baixa umidade (ex: ambientes com ar condicionado ou aquecedores) e após uso excessivo da visão para perto (ex: computação).
Tratamento
O tratamento é feito com a aplicação de lágrimas artificiais, ou seja, de lubrificantes oculares, sob a forma de colírio ou pomada. Eles ajudam a aliviar os sintomas e, geralmente, não costumam ter efeitos adversos. É indispensável, porém, identificar e controlar as causas do distúrbio.
Recomendações
- Pessoas com a síndrome dos olhos secos podem necessitar de cuidados especiais para adaptar-se ao uso de lentes de contato;
- Diante do computador ou da TV, a tendência é piscar menos. Consequentemente, o filme lacrimal não é distribuído com regularidade sobre a superfície dos olhos e sua lubrificação fica comprometida;
- Portadores da síndrome do olho seco precisam de acompanhamento oftalmológico mais frequente. Sem tratamento, podem ocorrer lesões na córnea que comprometem a qualidade da visão temporária ou definitivamente.
É uma lesão de formato triangular de tecido fibrovascular que cresce a partir da conjuntiva bulbar interpalpebral, avançando sobre a córnea. Desenvolve-se em geral em pacientes que vivem em climas quentes e pode representar reposta ao ressecamento ocular e à exposição crônica aos raios solares ultravioleta. Também apresenta importante componente genético.
Pode causar sintomas como sensação de corpo estranho, vermelhidão e lacrimejamento. Pterígios grandes podem levar a baixa de visão por indução de astigmatismo corneano ou acometimento do eixo visual.
O tratamento depende do tamanho do pterígio e dos sintomas a ele relacionados. O tratamento clínico de pacientes sintomáticos envolve lágrimas artificiais e corticosteroides tópicos para casos de inflamação. Devem-se usar óculos escuros para reduzir a exposição aos raios ultravioleta e diminuir o estímulo ao crescimento. Já os pterígios maiores e associados à diminuição da visão devem ser removidos cirurgicamente. O maior desafio relacionado ao tratamento cirúrgico do pterígio é a sua recorrência, que é muito alta.
A retinopatia diabética é a alteração oftalmológica mais comum do diabetes, junto com a catarata, e é caracterizada por alterações vasculares da retina. É uma manifestação ocular da diabetes tipo 1 ou 2 e uma das principais causas de cegueira. Ela se caracteriza por lesões nos vasos da retina que podem causar pequenos ou grandes sangramentos, edemas da retina e exsudações, que podem acarretar perda parcial ou total da visão, muitas vezes irreversível.
Quais são as causas?
O aumento dos níveis de açúcar no sangue (glicemia) - que caracteriza o diabetes - causa alterações nos pequenos vasos sanguíneos da retina no interior do olho. Os vasos alterados deixam sair líquido e sangue para a retina, reduzindo a visão.
Em alguns casos, desenvolvem-se vasos anormais na retina. Sendo muito frágeis e sangrando facilmente, estes vasos levam à formação de tecido fibroso que traciona a retina.
Quais são os sintomas da retinopatia diabética?
Inicialmente não há sintomas, o que determina a importância do exame oftalmológico periódico em pacientes portadores de diabetes. Mas, posteriormente, evolui com embaçamento visual, podendo ocorrer perda parcial ou total da visão.
Tratamento
O tratamento é feito pela aplicação de laser na retina (fotocoagulação a laser). Pode-se realizar, de modo adjuvante, injeções intraoculares de medicamentos que visam diminuir a proliferação de neovasos e reduzir o edema (inchaço) da mácula (área central da visão). Em casos avançados, com hemorragias intraoculares volumosas (hemorragia vítrea) e descolamento de retina tracional pode-se indicar o tratamento cirúrgico (vitrectomia).
O termo uveíte refere-se a qualquer inflamação intraocular. É uma doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coroide). Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo óptico e a retina. A uveíte é classificada em anterior, intermediária e posterior, conforme o segmento ocular em que o distúrbio se manifesta, e pode ocorrer num olho ou nos dois olhos.
Causas
Não se conhece a causa de grande parte das uveítes. Entretanto, quando é possível determiná-la, as mais importantes são:
- Infecção por vírus, bactérias e fungos;
- Doenças sistêmicas, como toxoplasmose, inclusive a toxoplasmose congênita, herpes simples, citomegalovírus, tube
rculose, sífilis; - Moléstias reumatológicas, por exemplo, artrite reumatoide, lúpus eritematoso;
- Corpos estranhos e traumas oculares;
- Leucemias e linfomas.
No nosso meio, a causa mais significativa de uveíte é a Toxoplasmose. A toxoplasmose ocular pode ou não causar baixa de visão dependendo da intensidade da turvação vítrea e da localização da lesão na retina (macular ou extramacular). O tratamento é realizado com antibióticos por via oral.
Sintomas
- Hiperemia (olho vermelho);
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Dor;
- Visão turva, embaçada;
- Pequenos pontos escuros que se movimentam.
Diagnóstico
Olho vermelho e dor são sintomas comuns nos quadros de uveítes e de conjuntivites. Estabelecer o diagnóstico diferencial é de extrema importância, uma vez que as uveítes, quando não tratadas, podem comprometer a visão definitivamente.
O diagnóstico diferencial também é importante para determinar as enfermidades sistêmicas, reumatológicas ou neoplasias que podem ser a causa primária de graves alterações oculares.
Tratamento
A conduta terapêutica varia de acordo com a causa das uveítes e pode exigir a orientação do oftalmologista e de um especialista na doença de base, pois o tratamento ocular promove apenas o alívio dos sintomas, se a causa primária não for resolvida. Por essa razão, pode ser necessário associar a indicação de antibióticos, antivirais ou antifúngicos ao uso tópico de colírios específicos.
Nas formas autoimunes, é preciso prescrever corticoides ou imunomoduladores, quase sempre por tempo prolongado. Já nos casos de uveíte anterior, a primeira medida é dilatar a pupila e prescrever anti-inflamatório de uso local para preservar a anatomia do olho.
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